terça-feira, 15 de dezembro de 2009

NASA vai ter que recontar as estrelas

NASA/JPL-Caltech/JHU
NASA vai ter que recontar as estrelas
Fórmula incorreta: a galáxia da esquerda, NGC 1566, possui mais estrelas grandes que o esperado; já a galáxia da direita, NGC 6902, apresenta menos estrelas grandes do que deveria.


Novos dados mostram que há muito mais estrelas pequenas no universo do que se previa.

Durante décadas, os astrônomos assumiram que as estrelas de certos tamanhos são formadas em quantidades específicas. Baseados em diversas análises, calculavam que a proporção de pequenas e grandes estrelas era fixa: para cada uma com massa 20 vezes ou mais que a do Sol, por exemplo, deveria haver cerca de 500 estrelas com a massa igual ou menor que a dele.


No entanto, novos dados da Galaxy Evolution Explorer puseram por terra essas teorias do espaço. O telescópio ultravioleta da nave encontrou prova de que estrelas menores estão em número bem maior que previsto anteriormente. Por exemplo, em alguns lugares do cosmos cerca de 2 000 pequenas estrelas podem se formar para cada uma de grande porte.

A constatação do erro só foi possível graças às imagens em ultravioleta da Galaxy, bem mais sensíveis e que captam o brilho de estrelas três vezes maiores que o sol - as imagens obtidas anteriormente apenas captavam aquelas com massa de 20 ou mais sóis.


As duas fotografias acima foram obtidas pelas combinação de dados da Galaxy e do Observatório Inter-Americano Cerro Tololo, no Chile. Nessas imagens, as partes das galáxias ricas em estrelas de grande porte, chamadas de “O”, aparecem em rosa ou branco. Áreas dominadas por pequenas estrelas, chamadas “B”, aparecem em azul.

A galáxia em espiral da esquerda, chamada NGC 1566, possui mais estrelas “O” que o esperado. Por outro lado, a galáxia da direita, chamada NGC 6902, possui menos estrelas grandes do que deveria, caso a fórmula aplicada estivesse correta.

Apesar de já saberem que o brilho das grandes estrelas poderia ofuscar as pequenas, astrônomos não imaginavam que a diferença dos dados estipulados e da realidade fosse tão grande. Em 1950, eles começaram a desenvolver um método para contar as estrelas em uma determinada região – incluindo aquelas que não poderiam ser detectadas. A equação servia para estimar o número total a partir daquelas que podiam ver (as maiores, com mais massa).

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