1.Amador descobre fóssil de nova espécie de pterossauro
Representação artística mostra o Aetodactylus halli ao voar nos céus do Texas
Foto: Universidade Southern Metodist/Divulgação
Segundo pesquisadores, o que surpreende na descoberta é que o animal tinha dentes, o que era raro nos pterossauros da América do Norte
Foto: Universidade Southern Metodist/Divulgação
Cientistas descobriram que um fóssil descoberto em 2006 próximo a uma estrada no Estado americano do Texas pertence a uma nova espécie de réptil voador, ou pterossauro, chamada de Aetodactylus halli. O nome é uma homenagem ao homem que achou o fóssil, Lance Hall, membro da Sociedade Paleontológica de Dallas e que procura fósseis por hobby. As informações são da Live Science.
De acordo com os cientistas da Universidade Southern Metodist, o animal encontrado tinha cerca de 2,7 m de envergadura e vivia há 95 milhões de anos na região que hoje é o norte do Texas.
Hall afirma à reportagem que acreditava que tinha encontrado uma concha de ostra quando explorava um pequeno vale. "Eu comecei a remover a terra e notei que era a mandíbula de alguma coisa, mas eu não tinha ideia do quê. Estava de cabeça para baixo e quando eu virei e na parte do focinho não tinha nada além de uma longa fila de buracos de dentes", disse Hall.
Mais tarde, cientistas lhe disseram que pertencia a um pterossauro, grupo de animais que dominou os céus por mais de 200 milhões de anos e foi extinto junto com os dinossauros, além de muitas plantas e outros animais.
A mandíbula encontrada tem cerca de 38 cm e restavam apenas dois dos 54 dentes, segundo o paleontólogo Timothy S. Myers, que identificou e nomeou o animal. Os cientistas acreditam que pelo espaçamento entre eles, os dentes superiores e inferiores se cruzavam quando o pterossauro fechava a boca.
Os pesquisadores afirmam que o mais surpreendente nesse animal é justamente o fato de ele ter dentes, já que seus parentes que viviam na América do Norte não costumavam ter dentes, com uma exceção, o Coloborhynchus.
2.Descoberto primeiro fóssil de tiranossauro no hemisfério sul
A descoberta, pela primeira vez no hemisfério sul, de fósseis de um tiranossauro, lança nova luz sobre a evolução destes dinossauros, dos quais se pensava que vivessem exclusivamente no hemifério norte, revelou um estudo publicado nesta quinta-feira. Um osso do quadril deste animal, com 30 cm, foi descoberto na Dinosaur Cove, em Victoria, sudeste da Austrália, um sítio geológico que remonta pelo menos a 105 milhões de anos.
"O osso, sem dúvida, pertencia a um tiranossauro, já que estes dinossauros carnívoros têm quadris muito específicos e reconhecíveis", disse Roger Benson, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, um dos autores deste estudo publicado na edição desta sexta-feira da revista Science. "Esta descoberta é muito interessante porque anteriormente só foram encontrados fósseis de tiranossauros no hemisfério norte, o que levou os paleontólogos a pensar que nunca haviam conseguido chegar ao sul", acrescentou.
"Embora tenhamos um único osso, ele prova que há 110 milhões de anos, pequenos tiranossauros como este poderiam ter vivivo em qualquer parte do planeta", disse Benson. "Esta descoberta demonstra que os tiranossauros chegaram ao hemisfério sul no princípio de sua evolução e que poderiam ser encontrados outros fósseis na África, na América do Sul e na Índia", observou, por sua vez, Paul Barrett, paleontólogo do Museu de História Natural de Londres.
Os ossos fossilizados encontrados na Austrália pertenceram a um tiranossauro de 3 m de comprimento e 80 kg. O animal devia ter cabeça grande e braços curtos, caraterísticas próprias destes dinossauros. O novo espécime, chamado "NMV P186069", era muito menor que os seus descendentes, os enormes Tiranosaurios Rex, com 12 m de comprimento e 4 t de peso, que dominaram o ecossistema há 70 milhões de anos até o fim do período Cretáceo, que começou há 145,5 milhões de anos e terminou há 65,5 milhões de anos.
Seu pequeno ancestral australiano viveu 40 milhões de anos antes, em uma época em que o único continente terrestre, conhecido como Pangea, começou a se fragmentar para dar lugar, gradativamente, ao atual mapa-múndi. Este pequeno tiranossauro vem de um tempo em que América do Sul, África, Antártida e Austrália já tinham se separado dos continentes do norte, mas ainda formavam um bloco entre eles.
"Ainda nos resta saber mais sobre estes primeiros tiranossauros e porque foram extintos, dando lugar apenas aos gigantescos T. Rex", disse Benson.
Cientistas franceses conseguiram identificar mais de 350 fósseis de minúsculos animais que viveram nos tempos dos dinossauros, utilizando uma técnica que permitiu observar com detalhes, pela primeira vez, pedaços de âmbar completamente opacos.
.A análise de dois quilos de material retirado do sítio de Charentes, no sudoeste da França, revelou a presença de insetos, ácaros, aranhas e crustáceos que viveram há cerca de 100 milhões de anos, no período Cretáceo, que sucede o período Jurássico da era Mesozóica.
A pesquisadora Malvina Lak, da Universidade de Rennes, disse que os animais descobertos são muito pequenos - um dos ácaros mede 0,8 mm e um fóssil de vespa, apenas 0,4 mm.
"O tamanho desses organismos se deve provavelmente ao fato de que animais maiores seriam capazes de escapar da resina, enquanto os pequenos eram capturados com mais facilidade", ela disse.
A pesquisa envolveu cientistas do Museu de História Natural de Paris e da Instalação Européia de Radiação por Síncrotron (ESRF, sigla em inglês). Os raios-X intensos utilizados na pesquisa são a única maneira pela qual se pode visualizar e estudar inclusões tão pequenas no âmbar.
Analisar a resina fóssil, que protege a casca de árvores do ataque de insetos, tem sido um dos desafios de paleontólogos, porque sua versão opaca - que compõe até 80% de todo o âmbar em sítios paleontológicos como o de Charentes - não permite análise a olho nu.
"Há muitos anos os pesquisadores vêm tentado estudar este tipo de âmbar, sem sucesso. É a primeira vez que conseguimos revelar e estudar o fóssil contido nele", disse o paleontólogo da ESRF Paul Tafforeau.
Para Malvina Lak, o sucesso do projeto mostra a importância dos equipamentos da ESRF no estudo de fósseis. "O âmbar opaco abriga muitos aspectos de vidas passadas em nosso planeta que ainda não conhecemos. O uso de fontes de síncrotron (acelerador de partículas) de terceira geração vai continuar a ter um papel importante em revelá-los", disse ela.
Fonte:BBC
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