Planeta descoberto pode ter menos de 2 mil anos
Astrônomos americanos descobriram o planeta mais inabitável já estudado. Em apenas seis horas, a superfície passaria de 527º C para 1227º C.
O achado foi dos pesquisadores da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, que batizaram o inóspito planeta de HD 80606b. Antes dele, nunca havia sido encontrado um planeta fora do sistema solar com mudança de clima.
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Observado por meio do telescópio Spitzer, da NASA, o HD 80606b está a 190 anos-luz da Terra, na constelação de Ursa Maior, e tem massa quatro vezes maior que Júpiter, o maior planeta do sistema solar.
O descobrimento do planeta foi capa da revista Nature . De acordo com a equipe de astrônomos liderada por Gregory Laughlin, o objeto de estudo tem a órbita mais excêntrica já estudada.
A distância do planeta para sua estrela-mãe é de 130 milhões de quilômetros (85% da distância da Terra ao Sol). Porém, uma vez a cada 111 dias, em seu periastro, ele chega a 5 milhões de quilômetros dela (10 vezes mais próximo que a distância de Mercúrio ao Sol), o que o expõe a uma radiação 800 vezes maior.
É neste período que o planeta atinge a temperatura máxima de 1227º C, e cria ondas de choque em sua superfície. O mais interessante, segundo os pesquisadores, é que ele gira de modo que sempre o mesmo lado fica apontado para a estrela-mãe, ou seja, enquanto um lado está “incandescente”, o outro permanece mais frio.
Dia 13 de fevereiro, há 15% de possibilidade do planeta passar a frente de sua estrela, o que permitirá que seja observado até mesmo por telescópios de astrônomos amadores na Terra.
Pesquisadores britânicos da Universidade de St Andrews, na Escócia, detectaram um "planeta em estágio embrionário", nos arredores do nosso Sistema Solar, que pode ter menos de 2 mil anos de idade.
A descoberta foi apresentada na Reunião Nacional de Astronomia da Grã-Bretanha, em Belfast.
A equipe de astrônomos disse que detectou, em volta de uma estrela, uma bola de poeira e gás que está se transformando em um planeta gigante.
A cientista que liderou as pesquisas, Jane Greaves, afirmou que a descoberta foi uma grande surpresa e acrescentou que o crescimento do planeta pode ter sido desencadeado pela passagem de uma outra jovem estrela pelo sistema há cerca de 1,6 mil anos.
"Na verdade (o planeta) não era o que estávamos procurando. E ficamos surpresos quando encontramos. O planeta mais jovem já confirmado tem 10 milhões de anos", disse Greaves.
Os cientistas começaram estudando um disco de gás e partículas rochosas em volta da estrela HL Tau, que está a 520 anos-luz da Terra, na constelação de Touro, e teria menos de 100 mil anos.
O disco seria gigantesco e brilhante, o que o torna um local excelente para a procura por sinais de planetas em processo de formação.
Segundo os pesquisadores a imagem que eles conseguiram é a de um planeta primitivo, ainda envolto no material presente em seu nascimento.
De passagem
Para Ken Rice, do Instituto de Astronomia de Edimburgo, na Escócia, a descoberta joga nova luz nas teorias sobre a formação de planetas.
Segundo um modelo de teoria, os planetas se formam de baixo para cima. Observando este cenário, as partículas de material rochoso colidem e "grudam" umas nas outras, formando um objeto cada vez maior.
Para Rice o planeta primitivo perto da estrela HL Tau se formou de maneira relativamente rápida quando uma região do disco sofreu um colapso, formando uma estrutura independente. Isto poderia ter ocorrido devido à instabilidade no próprio disco.
E, o mais intrigante, uma outra jovem estrela na mesma região, chamada XZ Tau, pode ter passado bem próxima da HL Tau, há cerca de 1,6 mil anos.
Apesar de isso não ser necessário para a formação de um novo planeta, é possível que a passagem desta estrela tenha perturbado o disco, tornando-o instável. E, em termos astronômicos, este evento é muito recente.
"É possível que (a estrela XZ Tau) tenha dado 'puxão' em um lado do disco em volta da HL Tau, o que fez com que ele ficasse instável, e este foi o 'gatilho' para que o planeta se formasse", disse Rice.
"Se o planeta foi formado nos últimos 1,6 mil anos, este evento seria incrivelmente recente", acrescentou o cientista.
Fonte BBC
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