domingo, 1 de agosto de 2010

Rochas de Marte podem ter fósseis de 4 mi de anos

  • Rochas de Marte podem ter fósseis de 4 mi de anos, diz estudo

Cientistas identificam rochas que podem conter restos fossilizados de vida em Marte Foto: Divulgação

A equipe estava analisando a área conhecida como Nili Fossae quando fez a descoberta
Foto: Divulgação

Pesquisadores americanos identificaram rochas que, acreditam, poderiam conter restos fossilizados de vida em Marte. A equipe de pesquisadores identificou rochas antigas da Nili Fossae, uma das fossas existentes na superfície do planeta.

O trabalho dos pesquisadores revelou que essa vala em Marte é equivalente a uma região na Austrália onde algumas das mais antigas evidências de vida na Terra haviam sido enterradas e preservadas em forma mineral.

A equipe, coordenada por um cientista do Instituto para Busca de Inteligência Extraterrestre (Seti, na sigla em inglês), da Califórnia, acredita que os mesmos processos hidrotermais que preservaram as evidências de vida na Terra podem ter ocorrido em Marte na Nili Fossae.

As rochas têm até 4 bilhões de anos, o que significa que elas já existiam nos últimos três quartos da história de Marte.

Carbonatos
Quando, em 2008, cientistas descobriram carbonatos nessas rochas de Marte, provocaram grande alvoroço na comunidade científica, já que os carbonatos eram procurados havia tempos como prova definitiva de que o planeta vermelho era habitável e que poderia ter existido vida por lá. Os carbonatos são produzidos pela decomposição de material orgânico enterrado, se esse material não é transformado em hidrocarbonetos.

O mineral é produzido pelos restos fossilizados de carapaças e ossos, e permite uma maneira de investigar a vida que existia nos primórdios da Terra. Na nova pesquisa, publicada na última edição da revista especializada Earth and Planetary Science Letters, os cientistas avançaram a partir da identificação dos carbonatos em Marte.

Missão da Nasa
O coordenador do estudo, Adrian Brown, usou um instrumento a bordo de uma missão da Nasa estudar as rochas da Nili Fossae com raios infravermelhos. Eles depois usaram a mesma técnica para estudar rochas na área do noroeste da Austrália chamada Pilbara.

"Pilbara é uma parte da Terra que conseguiu se manter na superfície por uns 3,5 bilhões de anos, ou três quartos da história do planeta", disse Brown à BBC.

"Isso permite a nós termos uma pequena janela para observar o que estava acontecendo na Terra em seus estágios iniciais", explicou. Os cientistas acreditam que micróbios formaram há bilhões de anos algumas das características distintivas das rochas de Pilbara.

O novo estudo revelou que as rochas da Nili Fossae são muito semelhantes às rochas de Pilbara em sua composição mineral. Brown e seus colegas acreditam que isso mostra que os vestígios de vida que possa ter existido no início da história de Marte podem estar enterrados nesse local.

"Se havia vida suficiente para formar camadas, para produzir corais ou algum tipo de bolsões de micróbios, enterrados em Marte, a mesma dinâmica que ocorreu na Terra pode ter ocorrido ali", disse. Por isso, segundo ele, que os dois locais são tão parecidos.

Pouso
Brown e muitos outros cientistas esperavam que poderiam logo ter a oportunidade de estudar mais de perto as rochas de Nili Fossae. O local havia sido marcado como um potencial local de pouso de uma nova missão para Marte, a ser lançada em 2011 pela Nasa.

Mas o local foi posteriormente considerado muito perigoso para um pouso e acabou removido da lista da Nasa em junho deste ano. "O robô da Nasa acabará visitando outro local interessante quando pousar, mas esse local é o que deveríamos checar para descobrir se havia vida nos primórdios de Marte", lamenta Brown.

Criatura marinha pode ser fóssil vivo mais antigo, diz estudo

Criatura marinha pode ser fóssil vivo mais antigo, diz estudo

Marca deixada nas profundezas do Atlântico pelo  Paleodictyon nodosum , que acreditava-se ter sido extinta há 50 milhões de anos Foto: The New York Times


Foto: The New York Times

Durante 33 anos, Peter A. Rona perseguiu um animal antigo e esquivo repetidas vezes mergulhando mais de 3 km no lamacento fundo do mar do Atlântico Norte para procurar e, se possível, libertar sua presa. Como Ahab, ele falhou diversas vezes. Apesar de ter acesso ao melhor equipamento do mundo para a exploração no fundo do oceano, ele sempre voltava de mãos vazias, com a criatura fugindo do seu alcance.

O animal não é nenhuma baleia branca. E Rona não é um capitão Ahab enlouquecido, mas sim um renomado oceanógrafo da Universidade Rutgers. E, enfim, ele obteve sucesso, atraindo atenção com seu novo relatório de pesquisa, escrito com mais doze colegas.

Eles reuniram evidência suficiente para provar que sua presa científica - um organismo pouco maior do que uma ficha de pôquer - representa um dos fósseis vivos mais antigos do mundo, podendo ser talvez o mais velho de todos. Os ancestrais da criatura, Paleodictyon nodosum, remontam ao alvorecer da vida complexa. E acreditava-se que a criatura em si, conhecida através de fósseis, havia sido extinta há cerca de 50 milhões de anos.

Será que a longa busca o frustrou? "Não", Rona respondeu enquanto mostrava traços do animal em rochas sedimentares de 50 milhões de anos. "Isso é ciência. É trabalho de detetive. Envolve a coleta de uma pista atrás da outra."

Mesmo assim, durante a entrevista na Rutgers, Rona disse que estava ansioso para capturar viva uma das criaturas. "Acho que é possível", ele disse, "se conseguirmos realizar os mergulhos." Não há nada que Rona, uma autoridade em águas profundas, goste mais do que se enfiar em um pequeno submarino e descer às profundezas do oceano.

Leva mais de duas horas para chegar até o habitat da criatura, que fica a mais de 3 km abaixo do nível do mar. A estabilidade ambiental desse mundo - incluindo suas pressões esmagadoras e escuridão gélida - significa que alguns de seus famosos habitantes sobrevivem por eras, resistindo à evolução, com seus corpos tendo sofrido poucas mudanças. Por exemplo, os crinóides, animais marinhos com membros emplumados, se originaram há mais de 400 milhões de anos.

Rona descobriu que o P. nodosum perdura em áreas restritas do fundo do Atlântico. Suas únicas características visíveis são pequenos orifícios arranjados em padrões de seis lados, que parecem curiosamente com o centro do tabuleiro de damas chinesas. Ele fotografou milhares de hexágonos e descobriu que os maiores têm cerca de 200 a 300 orifícios.

O fato de Rona não ter capturado a criatura em si significa que, embora os cientistas tenham dado à mesma o nome do fóssil, eles ainda debatem com vigor sobre o que ela é. A principal pergunta é se os padrões hexagonais são tocas ou partes do corpo, residências vazias ou vestígios animais.

Outros detetives do fundo do mar que partilham a fascinação de Rona pelo P. nodosum podem ser encontrados em Yale, na Instituição Oceanográfica Woods Hole de Cape Cod, bem como em instituições na França, Canadá e Reino Unido.

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Pesquisador utiliza um submarino para mergulhar mais de 3 km atrás da espécie  Foto: The New York Times

Pesquisador utiliza um submarino para mergulhar mais de 3 km atrás da espécie

Foto: The New York Times

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"Ele é movido pela curiosidade", disse Adolf Seilacher, paleontólogo de Yale e coautor do novo artigo, que entrou em contato com Rona pela primeira vez há três décadas para discutir sobre a criatura. "Cientistas de verdade, naturalistas, são extremamente curiosos."

Seilacher acrescentou que o P. nodosum é um animal extremamente fora do comum, especialmente porque os diversos orifícios na superfície de sua morada se ligam em um labirinto inferior de túneis. "Não se trata de qualquer fóssil, mas de uma amostra de uma forma de vida muito complexa", ele disse em entrevista. "É um plano estrutural, um comportamento que faz o animal erguer esse sistema de galeria. É um estilo de vida realmente muito antigo."

Seilacher disse que as primeiras formas do Paleodictyon datam da explosão de vida complexa no período cambriano, há cerca de 500 milhões de anos. Os animais começaram sua existência em águas rasas e gradualmente se expandiram para os habitats escuros do fundo do mar. Rona ficou fascinado pelo abismo de forma indireta. Seu primeiro amor foram as rochas e montanhas. Em 1957, ele obteve em Yale seu diploma de mestrado em geologia e foi trabalhar para a Standard Oil, explorando o sudoeste americano atrás de petróleo.

Mas em 1958, em visita à sua família em Manhattan no feriado de Natal, ele se deparou com grupos de oceanógrafos e navios de pesquisa, atracados nos portos de West Side. Os famosos cientistas, que estavam em Nova York para um encontro, falaram de um vasto novo mundo. No início dos anos 1970, munido de um doutorado em geologia e geofísica marinha de Yale, Rona já estava explorando as profundezas do Atlântico para a agência atmosférica e oceanográfica dos EUA. Ele usou escavadeiras, câmeras e sondas que mapearam o fundo do mar. Em 1976, ele encontrou o fóssil vivo.

Rona e seus colegas rebocavam uma câmera gigante, com as luzes do estroboscópio disparando a cada poucos segundos, iluminando o fundo do mar e gravando imagens em grandes rolos de filme de 35 mm. Semanas depois, de volta ao seu escritório na Flórida, Rona examinou o filme recém-revelado. Sua cabeça começou a girar.

O que eram todos aqueles orifícios? E o que constituía os padrões? Inicialmente, Rona supôs que os responsáveis pela revelação do filme haviam lhe pregado uma peça. Então, quando uma lente de aumento provou que os orifícios eram reais, ele ficou paranóico e considerou a possibilidade dos padrões representarem rastros de criaturas alienígenas que estavam colonizando o fundo do mar.

Felizmente, ele deixou a ideia de lado e começou a entrevistar os melhores biólogos marinhos que conseguiu encontrar, primeiro na Flórida, então em Washington, no Smithsonian. Mas ninguém tinha ideia do que se tratava. Em 1978, Rona e um colega, George F. Merrill, publicaram um artigo que excluía muitas possibilidades e chamava os animais misteriosos de "invertebrados de identidade incerta".

A descoberta aconteceu logo depois. Seilacher, então do Instituto de Geologia e Paleontologia da Universidade de Tübingen, Alemanha, escreveu para Rona dizendo que a identidade do organismo coincidia perfeitamente com a do fóssil P. nodosum. Ele disse que a associação entre as criaturas estava "além de qualquer dúvida".

Em sua carta, Seilacher sugeriu que os dois cientistas colaborassem no estudo da criatura. "Adoraria participar dessa aventura", ele escreveu. Nada aconteceu. O local de estudo no Atlântico era remoto e despendioso demais para escrutínios.

Em 1985, tudo isso mudou. Próximo do local de estudo, Rona e seus colegas descobriram uma profusão de vulcões submersos e vida bizarra, incluindo milhões de camarões. De repente, governos ao redor do mundo encontraram recursos para enviar oceanógrafos rapidamente ao meio do Atlântico Norte para explorar os abundantes vulcões.

As criaturas de Rona estavam a menos de 1,6 km de distância. Na rabeira de missões de alta prioridade, ele conseguiu visitar o local lamacento repetidas vezes, fazendo mergulhos de submarino em 1990, 1991, 1993, 2001 e 2003. No último mergulho, ele e Seilacher foram juntos. Sua colaboração fez deles improváveis estrelas de cinema. Em 2003, a IMAX lançou o documentário "Volcanoes of the Deep Sea" (Vulcões do fundo do mar, em tradução livre), mostrando sua perseguição ao fóssil vivo.

Rona tentou capturar os espécimes vivos repetidas vezes. Ele descia um tubo plástico vazio sobre um ponto hexagonal e recolhia uma amostra grossa de lama do fundo do mar. Mas inspeções detalhadas do composto nunca revelavam nada significativo - nenhuma parte de corpo, fibra biológica ou DNA.

No entanto, o mergulho de 2003 de Rona e Seilacher produziu evidências sólidas que finalmente associaram o animal ao P. nodosum. O braço robótico do submarino Alvin direcionou uma mangueira à criatura, jogando água no arranjo hexagonal de orifícios e lentamente removendo camadas de lama. A delicada operação rapidamente revelou sob a superfície um arranjo hexagonal de túneis idêntico ao do fóssil. "Para mim", Rona se recorda, "foi um momento eureca".

Em maio, o novo artigo da equipe apareceu na versão online do Deep-Sea Research, Part II, um periódico oceanográfico publicado quinzenalmente. O artigo impresso deve sair em setembro. O artigo - mais de doze páginas recheadas de texto denso, números e fotos - analisa a evidência de mais de três décadas e conclui que as formas hexagonais "são idênticas" às do P. nodosum, dando suporte à conclusão a que Seilacher já havia chegado há tempos.

O artigo não busca consenso sobre se os orifícios e as redes subterrâneas representam tocas ou partes do corpo. Seilacher, que apoia a ideia das tocas, vê os túneis como uma fazenda, onde um tipo desconhecido de larva ou outro organismo cultiva micro-organismos como alimento. Rona vê os buracos como partes do corpo, talvez de um tipo de esponja comprimida. A falta de pistas biológicas, explicou em entrevista, pode se dever ao fato dos predadores microbiais comerem os restos da criatura após a sua morte.

O motivo da equipe não ter conseguido capturar espécimes vivos, ele acrescentou, pode se dever à sua avançada idade e grande número de tocas vazias, ou corpos. Rona disse que a sedimentação leve na área significa que orifícios de aparência nova "podem persistir no leito do mar por milhares de anos."

Nenhum dos pesquisadores vai abrir mão de suas hipóteses sobre o que os orifícios representam - apesar de sua colaboração de mais de três décadas. "A discordância é necessária na ciência", Seilacher disse. "Ela é boa porque força você a encontrar novos argumentos e mais argumentos."

Rona parece estar ávido por encontrar evidência e argumentos novos. Ele fala com entusiasmo sobre novos mergulhos ao mundo escuro do Paleodictyon bem como sobre a possibilidade de instalar uma câmera remota no fundo do mar que tentaria obter um vislumbre do sobrevivente antigo à medida que o mesmo cresce e interage com seu ambiente escuro.

"É uma janela excepcional para o passado", ele disse sobre a criatura. "Agora precisamos resolver o mistério do que ela é. Precisamos recuperar um espécime."

Peter A. Rona, da Universidade Rutgers, foi o respopnsável pela pesquisa  Foto: The New York Times

Peter A. Rona, da Universidade Rutgers, foi o responsável pela pesquisa

FONTE:Foto: The New York Times

The New York Times
The New York Times

Fóssil que altera teorias sobre dinossauros

Descoberto fóssil que altera teorias sobre dinossauros


Cabeça e crânio do raptorex  Foto: Universidade de Chicago/Divulgação

Cabeça e crânio do raptorex

Foto: Universidade de Chicago/Divulgação

Paul Sereno, paleontólogo da Universidade de Chicago, entre o crânio e o modelo do tiranossauro raptorex  Foto: Universidade de Chicago/Divulgação

Paul Sereno, paleontólogo da Universidade de Chicago, entre o crânio e o modelo do tiranossauro raptorex

Foto: Universidade de Chicago/Divulgação

Com apenas 3 metros de comprimento, o raptorex já apresentava a mandíbula poderosa, os braços diminutos e as pernas rápidas dos seus famosos e enormes descentes  Foto: Universidade de Chicago/Divulgação

Com apenas 3 metros de comprimento, o raptorex já apresentava a mandíbula poderosa, os braços diminutos e as pernas rápidas dos seus famosos e enormes descentes

Foto: Universidade de Chicago/Divulgação


Pesando apenas um centésimo do peso de seu descendente, o tiranossauro rex, o raptorex de 125 milhões de anos exibe o distinto design da linha mais dominadora de dinossauros predadores  Foto: Universidade de Chicago/Divulgação

Pesando apenas um centésimo do peso de seu descendente, o tiranossauro rex, o raptorex de 125 milhões de anos exibe o distinto design da linha mais dominadora de dinossauros predadores

Foto: Universidade de Chicago/Divulgação

Descoberto perto de um antigo lago no norte da China, os ossos do esqueleto do raptorex estavam excepcionalmente bem preservados  Foto: Universidade de Chicago/Divulgação

Descoberto perto de um antigo lago no norte da China, os ossos do esqueleto do raptorex estavam excepcionalmente bem preservados

Foto: Universidade de Chicago/Divulgação

Paul Sereno adiciona a garra do pé ao esqueleto do novo tiranossauro  Foto: Universidade de Chicago/Divulgação

Paul Sereno adiciona a garra do pé ao esqueleto do novo tiranossauro

Foto: Universidade de Chicago/Divulgação

O crânio do Raptorex é minúsculo em relação ao crânio de Sue, o famoso tiranossauro rex  Foto: Universidade de Chicago/Divulgação

O crânio do Raptorex é minúsculo em relação ao crânio de 'Sue', o famoso tiranossauro rex

Foto: Universidade de Chicago/Divulgação

O antebraço de um tiranossauro rex adulto é comparado ao semelhante antebraço de 20 cm do raptorex  Foto: Universidade de Chicago/Divulgação

O antebraço de um tiranossauro rex adulto é comparado ao semelhante antebraço de 20 cm do raptorex

Foto: Universidade de Chicago/Divulgação

Pássaros evoluíram de dinossauros

Fóssil na China prova que pássaros evoluíram de dinossauros


O dinossauro tinha extensa plumagem cobrindo seus braços e cauda e os pés - formando quatro asas Foto: Zhao Chuang e Xing Lida/BBC Brasil

O dinossauro tinha extensa plumagem cobrindo seus braços e cauda e os pés - formando quatro asas
Foto: Zhao Chuang e Xing Lida/BBC Brasil

Fósseis extremamente bem preservados de dinossauros achados no nordeste da China mostram os exemplos mais antigos de penas já encontrados e representam a prova final de que os dinossauros eram ancestrais dos pássaros, segundo cientistas.

Os fósseis têm mais de 150 milhões de anos. As espécies são indubitavelmente mais antigas do que o Archaeopteryx, encontrado na Alemanha, que vinha sendo tido como o fóssil de pássaro mais antigo já encontrado.

A descoberta foi descrita por Xu Xing, da Academia de Ciências Chinesa, em Pequim, e sua equipe na revista especializada Nature. A teoria de que os pássaros evoluíram dos dinossauros sempre foi posta em dúvida por causa da ausência de penas em espécies mais antigas do que o Archaeopteryx.

Mas os novos fósseis, encontrados em duas localidades diferentes, são, em sua maioria, pelo menos 10 milhões de anos mais velhos do que o do pássaro encontrado na Alemanha, no fim do século 19.

Um dos dinossauros, batizado de Anchiornis huxleyi, está extremamente bem conservado, dizem os cientistas. O dinossauro tinha extensa plumagem cobrindo seus braços e cauda e os pés - formando quatro asas.

Extremamente excitante
"A primeira espécie descoberta no início do ano estava incompleta", disse Xu à BBC News. "Com base neste espécime, nomeamos o dinossauro Anchiornis; pensamos que era um parente próximo dos pássaros. Mas então encontramos o segundo espécime, que estava bastante completo - e bem preservado."

"Por todo o esqueleto, você vê penas". "Com base neste segundo espécime, nos demos conta de que esta era uma espécie muito mais importante, e definitivamente uma das espécies mais importantes para entendermos a origem dos pássaros e de seu voo."

O professor Xu acredita que a forma de quatro asas pode ter sido um estágio muito importante na transição evolucionária dos dinossauros para pássaros. Os detalhes das últimas descobertas foram apresentados nesta semana no encontro anual da Sociedade de Paleontólogos de Vertebrados, na Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha.

O renomado paleontólogo britânico Michael Benton disse que o anúncio é de grande importância. "Ao desenhar a árvore da vida, é bastante óbvio que há registros de fósseis com penas anteriores ao Archaeopteryx", disse ele à BBC News. "Agora essas novas descobertas fantásticas do professor Xu Xing provam isso de uma vez por todas."

Fósseis encontrados no Peru de12 milhões de anos

O paleontólogo Rodolfo Salas trabalha no laboratório do Museu de História Natural de Lima   Foto: EFE

O paleontólogo Rodolfo Salas trabalha no laboratório do Museu de História Natural de Lima

Foto: EFE


Ao sul de Lima, nos desertos de Sacaco e Ocucaje, fósseis tão estranhos como cartilagens de tubarão, barbas de baleias, penas e escamas emergem após terem permanecido milhões de anos aprisionados entre os sedimentos.

Estas áreas áridas da região de Ica (200 quilômetros ao sul de Lima) são as jazidas fósseis de vertebrados marítimos do Mioceno (entre 23 e 5 milhões de anos de antiguidade) mais ricas do mundo, assegura à Agência Efe o paleontólogo peruano Rodolfo Salas em seu laboratório no Museu de História Natural da capital peruana.

Os amantes da paleontologia têm perante si todo um universo de fósseis raros, incrustados em rochas que contam a evolução de organismos ao longo de um período que remonta em alguns casos a até 40 milhões de anos atrás.

"Ocucaje não é um 'parque jurássico', é miocénico e cenozóico, mas não por isso menos interessante ou espetacular", afirma Salas, convencido de que o lugar ainda esconde "joias" únicas no mundo.

Entre os restos que já estão catalogados e expostos no museu, destacam-se as mandíbulas e vértebras de cartilagem fossilizadas de um tubarão "muito lindo", porque normalmente só se recuperam seus dentes e seu tecido se deteriora com facilidade, como explica o pesquisador.

Um caso controvertido foi o dos golfinhos com aparência de morsa, que fez os especialistas enfrentarem toda uma "crise de identidade animal": eles encontraram um ser que tinha a anatomia de um golfinho e características de morsa, com presas muito longas, um focinho muito curto e fossas nasais na parte dianteira.

Segundo Salas, este exemplar único foi encontrado nos anos 90 em Sacaco, o mesmo deserto onde também se conservaram penas e escamas, e inclusive carapaças e cascos de tartarugas vinculadas à tartaruga-caixão, um animal enorme.

Estes répteis têm um esqueleto que se solta logo após a morte, por isso não costumam fossilizar, salvo nestas áreas de propriedades tão particulares, explica Salas.

Na opinião do paleontólogo, que trabalhou na região durante 15 anos, o segredo da boa conservação dos fósseis está no ambiente marinho "muito superficial e de águas quentes" no qual viveram aqueles seres, onde não havia muito oxigênio e as partes moles apodreciam lentamente.

Com o tempo, os animais foram conservados sem "perturbações" e quando o mar retrocedeu muitos sedimentos se acumularam sobre as rochas até formar um deserto, em que os paleontólogos lutam para proteger os restos das mudanças de temperatura, dos ventos e da erosão.

Ao longo dos 50 quilômetros de sua parte mais extensa, Ocucaje oferece aos amantes da paleontologia a possibilidade de resgatar seres como uma preguiça aquática, um animal terrestre incomum que "preferiu" viver na água durante um tempo para se alimentar de algas marinhas.

Há semanas o pesquisador publicou junto a outros cientistas um estudo na revista Nature sobre o fóssil do Leviathan melvillei, antecessor das baleias modernas e considerado o maior depredador marinho que percorreu os oceanos há 12 milhões de anos.

No entanto se a ideia é só observar os restos como torcedor, algumas agências de turismo organizam visitas ao deserto de Ocucaje, indica à Efe o diretor de Patrimônio do Instituto Nacional em Ica, Rubén García.

No entanto, adverte, por enquanto a falta de orçamento impede que sejam levados a cabo projetos para valorizar Ocucaje, onde, além disso, há carência do controle e vigilância necessário em uma zona bastante extensa, de difícil acesso e com risco de ser depredada.

O paleontólogo Rodolfo Salas analisa o fóssil no Museu de História Natural de Lima    Foto: EFE

O paleontólogo Rodolfo Salas analisa o fóssil no Museu de História Natural de Lima


Foto: EFE

Entre os fósseis expostos no museu, destacam-se as mandíbulas e vértebras de cartilagem fossilizadas de um tubarão da espécie Leviathan melvillei, antecessor das baleias modernas e considerado o maior depredador marinho que percorreu os oceanos há 12 milhões de anos  Foto: EFE

Entre os fósseis expostos no museu, destacam-se as mandíbulas e vértebras de cartilagem fossilizadas de um tubarão da espécie Leviathan melvillei, antecessor das baleias modernas e considerado o maior depredador marinho que percorreu os oceanos há 12 milhões de anos

Foto: EFE

Cientistas afirmam ter achado a Arca de Noé

Arqueólogo inspeciona estrutura de madeira supostamente encontrada no monte Ararat, na Turquia  Foto: AFP

Arqueólogo inspeciona estrutura de madeira supostamente encontrada no monte Ararat, na Turquia

Foto: AFP

Segundo cientistas, a estrutura é a Arca de Noé e tem 4,8 mil anos  Foto: AFP

Segundo cientistas, a estrutura é a Arca de Noé e tem 4,8 mil anos

Foto: AFP

Os pesquisadores afirmam que a suposta arca foi encontrada a 4 mil m de altitude  Foto: AFP

Os pesquisadores afirmam que a suposta arca foi encontrada a 4 mil m de altitude

Foto: AFP